Por: Simaura Faria
O Dia Internacional do Voluntariado foi proclamado em 1985 pelas Nações Unidas, tendo como objetivo incentivar e valorizar o trabalho voluntário, seja em Portugal, Espanha ou na China.
O voluntariado é um ato de cidadania, quem o pratica é solidário e beneficia a comunidade. Pode ser feito em qualquer âmbito, e na nossa faculdade temos um núcleo de estudantes puramente dedicado a estas ações.
O Núcleo de Ação Social da AEFFUL tem como mote “Envolve-te no mundo à tua volta”. Se tudo o que sabes sobre este Núcleo é o sabor dos seus famosos brownies, lê este testemunho de um dos seus membros no âmbito da celebração do Dia Internacional do Voluntariado e conhece mais sobre o trabalho que desenvolvem!
Testemunho: Alexandra Sousa, Núcleo de Ação Social (NAS)
Começo por dizer que o mais difícil sobre falar acerca de voluntariado é arranjar uma forma de o fazer sem cair num texto corrido a frases feitas. Tentarei não o fazer.
Se o pudesse definir, diria que voluntariado é um sentimento. Logo cliché número um, eu sei, mas tinha que ser. Não é uma obrigação, não é uma tarefa que tem de ser cumprida, não é uma linha num currículo: é um sentimento. Um gesto de empatia, feito sem sentir que nos devem agradecer por isso, ou que devem ficar em dívida para connosco. Por reconhecer que do outro lado está alguém igual a nós, que, aliás, poderíamos ser nós, tivessem as circunstâncias sido diferentes.
Se voluntariado é um sentimento, então logicamente existem áreas de atuação que nos deixam mais entusiasmados que outras. E isso não tem problema, não temos de estar em todo o lado. Desde bebés, crianças, mães, sem-abrigo, animais, pessoas com deficiência, toxicodependentes, linhas de prevenção de suicídio, adultos, idosos, as escolhas são imensas. E nunca subestimem o valor da vossa simples presença. Não há nada que seja mais precioso do que o nosso tempo: todos o temos, e depois de passado, ninguém o recupera. E para quem está do outro lado, saber que, de tantas outras coisas que podiam estar a fazer, escolheram estar ali, tem uma simbologia enorme. Às vezes custa acordar cedo ou chegar tarde a casa por uma ação de voluntariado. Às vezes custa não estar com a família ou com amigos em prol disso. Às vezes custa estar séculos nos transportes só para lá chegar. Mas eu garanto, aquela mãe em dificuldade que ajudaram, aquele idoso cujas histórias ouviram, aquele cão a quem deram um biscoito, aquela criança a quem deram a mão, ou aquele sem-abrigo que reconheceram como igual, vai marcar a vossa vida e a de quem o recebeu.
E dado que estou a fazer uma média de um cliché por parágrafo, não podia deixar de fazer mais um. Por isso, e por último, queria apenas dizer que no nosso percurso teremos sempre alguém que nos inspira, pelos seus valores, pelas suas palavras e pelas suas ações. Pessoas que nos levam a querer fazer mais e melhor por quem nos rodeia. O outro lado da moeda é que também seremos constantemente bombardeados com notícias horríveis, que aparecem em todos os tipos de comunicação social, que nos fazem pensar “o mundo enlouqueceu”. Acho que nos devemos lembrar sempre que o mundo somos nós também, e que os nossos valores, palavras e ações têm impacto. E temos constantemente uma escolha a fazer. Podemos olhar para o desumano que vemos e desculpar as nossas próprias ações com o facto de sermos apenas só um neste mar de gente, ou podemos inspirar quem nos rodeia, sendo o melhor de nós próprios e fazendo exatamente o que gostaríamos que todos fizessem, mostrando que um só é suficiente para fazer a diferença.
Sejam o vosso melhor, valorizem o vosso tempo. Pratiquem a igualdade e a compaixão. Levantem-se e mostrem ao mundo como uma só pessoa pode mudar uma vida.