Hoje, dia 10 de junho, inicia-se a Addiction Awareness Week que terminará no dia 16 deste mês. Esta Campanha de Saúde Pública é organizada pela European Pharmaceutical Students’ Association (EPSA) e tem como objetivo alertar os estudantes de Ciências Farmacêuticas para uma problemática que é cada vez mais frequente, no seio da comunidade estudantil.

Por isso, não percas as publicações que a AEFFUL irá partilhar durante a próxima semana, especialmente as relativas ao teu vício.

Esta semana celebramos a “Addiction Awaraness Week”, uma atividade que tem como objetivos consciencializar, informar e alertar as pessoas para os principais vícios e as suas respetivas consequências. Hoje, dia 11 de Junho, vamos abordar o álcool, o tabaco e as drogas ilícitas

O álcool é uma substância psicoativa com propriedades que provocam dependência. O seu consumo pode acarretar encargos sociais e económicos significativos para o indivíduo e para a sociedade em geral. Existe ainda uma relação entre o consumo e a incidência de doenças infecciosas e, outros transtornos mentais e comportamentais.

O tabaco contém uma substância extremamente aditiva designada por nicotina. O maior risco associado ao uso de tabaco são doenças a nível cardiovascular e respiratório.  Todos os anos mais de 8 milhões de pessoas morrem por complicações associadas ao uso de tabaco. E é importante salientar que o tabaco não afeta apenas os fumadores. Anualmente, 1.2 milhões de mortes estão associadas aos fumadores passivos, isto é, aos que estão expostos ao fumo. 

As drogas ilícitas são substâncias químicas que quando ingeridas afetam os processos mentais, como a perceção, consciência, cognição, humor, ou emoções. Estas drogas são proibidas por lei, mas é importante mencionar que o facto de serem ilícitas em determinados países, não impede que o seu uso seja permitido noutros. A OMS estima que o consumo destas drogas seja responsável por cerca de meio milhão de mortos por ano, mas esta estimativa representa apenas uma pequena parte dos danos causados por este problema de saúde.

De maneira generalizada, estas três são consideradas substâncias psicoativas, não só pela produção de dependência, mas também porque produzem alterações no estado emocional e no grau de consciência, de forma intencional ou não. É importante salientar que todas elas constituem atualmente um grande problema de saúde pública que pode ser controlado e prevenido com as devidas precauções.

A cafeína é um estimulante das células nervosas do cérebro, mas não pode ser considerado um vício visto não causar a mesma gravidade de sintomas de privação. Contudo, se se parar de consumir café de forma abrupta pode se desenvolver algumas manifestações temporárias, como dores de cabeça, ansiedade e irritabilidade.

Cada português bebe cerca de 2,5 chávenas de café por dia, o que corresponde a uma média de consumo de 4,73 kg de cafeína, por pessoa e por ano. Enquanto na Europa apenas 20% do consumo de café é feito fora de casa e 80% é feito em casa, em Portugal esta tendência inverte-se e o consumo é maioritariamente fora do lar.

O açúcar, como o café, estimula as células nervosas. Mas, neste caso ativa os receptores opióides no nosso cérebro que afetam o centro de recompensa. Isto irá levar a comportamentos compulsivos, apesar das consequências negativas, como aumento de peso, dores de cabeça, desequilíbrios hormonais entre outros.

Toda vez que se consome doces estamos a reforçar essas vias neuropáticas, fazendo com que o cérebro se torne cada vez mais conectado a desejar açúcar, criando uma tolerância como qualquer outra droga.

De facto, pesquisas com ratos do Connecticut College mostraram que os biscoitos Oreo ativam mais neurônios no centro de prazer do cérebro dos ratos do que a cocaína. E, assim como os seres humanos, os ratos comem primeiro o recheio.

Estima-se que em 2018/2019, tenha sido consumido por habitante 84 gramas de açúcar. O maior consumo é feito por crianças, dos 5 aos 9 anos, e em adolescentes dos 10 aos 17 anos. Segundo a OMS, as crianças portuguesas, aproximam o seu consumo de açúcar aos 25 % da sua energia ingerida diariamente, 5 vezes acima dos 5 % ideais.

Sendo assim, o Farmacêutico por ser um profissional de saúde que tem um contacto mais direto com a comunidade, assume um papel imprescindível na educação dos vários tipos de vícios e estímulos, mostrando que aqueles que se encontram mais incutidos na alimentação de todos são os mais perigosos. 

Dormir é uma necessidade básica e o sono está intrinsecamente ligado à vida. Fundamental para a nossa recuperação física e psíquica, o sono cumpre várias funções importantes e necessárias para a sobrevivência humana. Durante o Sono, o cérebro desliga-se do ambiente exterior, de forma a restabelecer o equilíbrio do organismo e a reorganizar a estrutura emocional. Através do Sono, a memória organiza a informação acumulada no dia a dia, para que mais tarde possa ser recuperada. Para pensarmos, trabalharmos, agirmos ou termos capacidade para decidir, é importante um regime de descanso saudável.

Contudo dormir demais está associado a muitos riscos de saúde, incluindo doenças cardíacas, depressão, dor de costas, problemas metabólicos como diabetes e obesidade e problemas cognitivos, incluindo dificuldade de memória. Assim como as pessoas que dormem muito pouco, as pessoas que dormem demais apresentam riscos gerais de mortalidade mais altos.

Independentemente da causa do seu sono excessivo, manter uma boa rotina de sono ajudará a melhorar a tua noite, dormindo entre 7 a 8 horas, tentando evitar estar no computador quando vai para a cama, beber álcool e café. Também fazer exercício regularmente e tornar seu quarto um ambiente confortável e propício ao sono ajudará a obter a quantidade de sono necessária.

Hoje, dia 14 de junho, marca-se o Dia Mundial do Dador de Sangue e a AEFFUL não podia deixar de o celebrar. Este dia pretende alertar para a necessidade crescente das dádivas de sangue e para reconhecer e agradecer a todos os que despendem do seu tempo para salvar vidas.

Face à situação atual, os bancos de sangue registaram uma diminuição significativa do número de dádivas. Gostávamos assim de lançar um desafio a todos os Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa!

Para ser dador basta ter entre os 18 e 65 anos, ter peso igual ou superior a 50kg e ter hábitos de vida saudáveis. Se reúnes estas condições, não percas tempo e desloca-te ao posto de recolha mais próximo de tua casa.

Para mais informações consulta: http://dador.pt/onde-dar/lista-de-recolhas.

Contamos com todos para salvar vidas!

Ao longo das últimas décadas, a tecnologia tem invadido as nossas rotinas e com ela, a Internet. Estamos cada vez mais dependentes da internet e das novas tecnologias. Seja para trabalhar, ir às redes sociais, ouvir música, buscar informação e até o lazer há muito que deixou de acontecer na rua e passou a ser online. A Internet tornou-se indispensável ao nosso quotidiano e há mesmo quem seja viciado na Web.

O vício em internet é um transtorno comportamental caracterizado pela utilização excessiva da internet e das tecnologias. O utilizador é capaz de permanecer horas e horas online, deixando de comer e dormir, e passando para segundo plano as suas responsabilidades e os seus deveres pessoais, familiares e sociais. Estudos indicam que este problema afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo e estes números só tendem a crescer.

Em Portugal, a cada 4 pessoas, 3 têm acesso à internet através de um computador, telemóveis, etc, chegando por vezes a consultar um telemóvel mais de 60 vezes por dia. Os números de vício em internet têm aumentado em Portugal afetando principalmente os mais novos. Uma das razões desta dependência tem origem no facto de as crianças começarem a ter contacto com a internet aos 6 anos, enquanto a média dos pais foi aos 24. Atualmente, 25% das crianças e jovens portugueses são clinicamente dependentes, 8 em cada 10 adolescentes admite sentir-se mal quando não têm acesso à internet e 6% dos jovens admitem ter ficado “sem comer ou sem dormir por causa da Internet”

A dependência da internet está relacionado com outros vícios, como é o caso das compras online, das redes sociais, dos jogos de apostas online e como o vício em videojogos que foi considerado como uma doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O vício pela internet não é considerado como uma doença mental, mas pode influenciar o cérebro da mesma forma que a dependência pela droga. A internet veio para ficar e é preciso saber viver, com ela, de forma moderada e saudável.

SINTOMAS DA DEPENDÊNCIA DA INTERNET

  • Inquietação permanente em estar ligado a canais on-line;
  • Mentir sobre o tempo passado na Internet;
  • Impacto a nível de obesidade ou perda de peso;
  • Dormir pouco (Insónias);
  • Perda de rotinas de socialização e higiene pessoal.
  • Não comer bem;
  • Irritabilidade e stress;
  • Baixa tolerância à frustração;
  • Isolamento;
  • Angústia quando não está online;
  • Alterações do humor e conflitos com pessoas à sua volta.

 

Na União Europeia, Portugal encontra-se entre os maiores consumidores de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, surgindo como o quinto país em 29 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que mais consome antidepressivos, tendo uma taxa de consumo que é o dobro de países como a Holanda e a Itália.

Este é um problema que tem sido cada vez mais alvo de preocupação uma vez que muitos destes fármacos podem causar dependência num curto espaço de tempo. Dentro deste grupo incluem-se as benzodiazepinas e análogos, altamente consumidos em Portugal, e que são usados para a ansiedade e insónia mas que causam dependência com o seu uso continuado. O aumento do consumo destes fármacos pode dever-se à sua utilização mais prolongada, à aprovação de novas indicações terapêuticas, à descida do preço dos medicamentos ou até mesmo ao aumento da acessibilidade aos medicamentos.

A negação inicial da dependência de fármacos é uma particularidade transversal a todas as adições, sendo que, no caso da medicação, é ainda mais vincada, uma vez que, tomar medicamentos é, na sociedade atual, algo absolutamente normal.

Desta forma, e sendo o farmacêutico um profissional de saúde que faz parte do dia a dia da comunidade, assume um papel fundamental neste tipo de questões, tendo o dever de transmitir os possíveis perigos associados a estes fármacos e contribuir assim para a manutenção da saúde dos cidadãos.