Por: Simaura Faria
A Diabetes caracteriza-se por ser uma doença em que existe um excesso de açúcar- glucose- no sangue. Isto acontece devido ou a uma insuficiência do pâncreas na produção de insulina, hormona que degrada a glucose, ou devido a uma ineficácia desta hormona.
Os últimos dados estatísticos, de 2015, estimam que a prevalência da Diabetes era cerca de 13,3% da população portuguesa na faixa etária 20-79 anos (aproximadamente 1 milhão de portugueses). Quanto aos mais novinhos, a Diabetes Mellitus tipo I afeta cerca de 0,16% da população entre 0-19 anos, número que se tem mantido estável durante os últimos anos.
A Filipa Fernandes fala-nos um pouco sobre como descobriu e como tem sido viver com esta doença!
Testemunho: Filipa Fernandes
Tenho 27 anos e há 20 anos foi-me diagnosticada Diabetes tipo I.
Os sintomas habituais de perda de peso, muita sede e a vontade constante de urinar alertaram os meus pais e acabei por ficar internada, onde recebi o diagnóstico desta doença auto imune que me acompanhará para toda a vida.
Há 20 anos não havia a informação ou as terapêuticas que existem nos dias que correm. Não podia ir a uma festa de aniversário e comer como uma miúda normal, muitas vezes até levava o lanche de casa. Durante muitos anos os doces e os abusos ficaram longe da minha alimentação. Mas desde logo que fui muito autónoma no controlo da minha doença.
Media a glicémia de 3h em 3h e administrava insulina cerca de 6 vezes por dia, tudo sozinha. Se posso dizer que ser diabética mudou a minha vida? Mudou, mas não para pior. Tornei-me mais responsável e em momento algum deixei que me limitasse.
Nos dias que correm o controlo da diabetes já é mais fácil. Já existem insulinas lentas com acção ao longo de 24h e insulinas rápidas que começam a actuar ao final de 15 minutos. Como faço a gestão? Meço a glicémia, faço a contagem dos hidratos de carbono daquilo que vou comer e dou insulina de acordo com isso.
Um diabético tipo I pode fazer tudo como qualquer outra pessoa normal, só precisa de ter mais atenção e acima de tudo ter um grande controlo da sua doença.