Por Trás da Doença: Psoríase

Por: Diana Lopes

O Dia Mundial da Psoríase, celebrado todos os anos no dia 29 de outubro desde 2004 tem como principais objetivos informar a população sobre a doença e combater o estigma social, a discriminação e o isolamento dos doentes que sofrem desta patologia. 

A Psoríase é uma doença crónica de pele, de natureza autoimune e não contagiosa. Afeta cerca de 1 a 3% da população e pode manifestar-se em qualquer parte do corpo, sendo os cotovelos, os joelhos, o couro cabeludo, as unhas e a região lombar as zonas mais frequentemente afetadas. 

Nesta edição da rubrica Por Trás da Doença, trazemos-te o testemunho de Rosa Duarte, a quem agradecemos imenso a partilha. 

Testemunho: Rosa Duarte

Lembro-me que por volta dos 6 anos de idade comecei a ter bastante comichão na cabeça, o couro cabeludo descamava, pelo que tudo indicava que se tratava de caspa ou de uma espécie de irritação da pele. A minha mãe dizia que quando era bebé, o meu pai ia buscar água ao Agroal, localidade de uma das nascentes do rio Nabão onde a água é conhecida pelas suas propriedades terapêuticas no tratamento de doenças de pele, para me dar banho, pois tinha uma pele muito sensível. Foi assim até aos 12 anos, altura pela qual me passou por completo.

Por volta dos 18 anos foi começando a reaparecer, outra vez na cabeça e desta vez também nos cotovelos. Fui ao médico, que me diagnosticou Psoríase e receitou-me pomadas para ir aplicando sempre que estivesse pior. Por volta dos 30 começou a aparecer-me nos joelhos. Os dermatologistas passavam-me pomadas, loções que não faziam mais do que controlar a situação. Contudo, a partir de uma certa altura as loções começaram a provocar muitas dores nas articulações, chegando ao ponto de não conseguir apoiar os cotovelos na mesa.

Soube de um médico especialista em Psoríase com a esperança de finalmente me ver livre disto. Fiz medicação durante 2 anos à base de ciclosporina e outros medicamentos que me causavam dores de estômago e que me provocaram aumento de peso. Tendo isto em conta, o médico sugeriu uma injeção (Ustecinumab) de 12 em 12 semanas. Há quase um ano que estou neste regime e não tenho tido manifestações da doença.

Curioso o facto de até então ser a única na família com este tipo de doença, mas recentemente a minha irmã mais velha foi diagnosticada aos 48 anos com Psoríase pustulosa, um tipo de Psoríase mais agressiva.